sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Nosso 1º encontro do "REMIX DE MEMÓRIAS" com os monitores do LIE.

REMIX DE MEMÓRIAS
      Hoje tivemos o nosso 1º encontro com os alunos monitores do LIE para a apresentação do projeto "REMIX DE MEMÓRIAS", promovido pela "SME" em parceria com o "Museu da Pessoa".        
      Inicialmente, foi apresentado ao grupo o projeto, o caminho  para  acessá-lo (link logo a seguir), bem como informações sobre este ambiente virtual e sobre o “Museu da pessoa” (http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Projetos/ie/remix/default.aspx).
           Abaixo, um recorte extraído do Portal SME sobre a proposta do curso: 
(Interconexão de memórias) REMIX DE MEMÓRIA: Memória de educador e outras memórias...

Este curso propõe a mobilização dos professores e alunos para registrarem as suas histórias de vida em diferentes mídias e em múltiplas linguagens: imagéticas, sonoras, musicais, literárias; a produção das histórias a partir da leitura e interconexão de outras memórias já registradas, “conferindo-lhe diferentes sentidos e relações”. As histórias já publicadas serão fonte de inspiração para outras memórias e poderão ser remixadas entre elas mesmas e com as novas narrativas a serem construídas.

Camila (8ªB), Nicolie e Karen (7ªB), POIE Luciana,  Edson (7ªA), Nathalli e Noemi (6ªC)
       Após a conversa, assistimos ao vídeo produzido pelos alunos monitores de 2008, orientados pelas POIE'S da época em nossa U.E. (Marilli e Sueli) e que comentei (no fórum do Remix de Memórias (portal SME) que serviria de embasamento pra esse nosso encontro (http://www.youtube.com/user/poiemarilli#p/u/39/GSP-Cmin9mg) .
           A sugestão foi publicada pela Ana Carolina (Lili) do "Museu da Pessoa" no quadro de avisos (página inicial) do projeto "Remix de Memórias" (http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Projetos/ie/remix/default.aspx).
      Fizemos as leituras dos textos: Objetos de status, objetos biográficos” (Ana Carolina Carvalho, do Instituto Museu da Pessoa), que cita quais são os objetos que realmente tem valor em nossa vida, e também dos sete textos de relato de histórias (professores e alunos). Os alunos gostaram e foram comentando a quais lembranças os remetiam (A aluna Camila se viu em várias histórias, foi a que mais comentou suas conexões, seguida da aluna Nathalli que tem uma excelente facilidade em recontar com detalhes ao que assiste). Nossa turminha é DEZ, por isso que eu e a Marilli (as POIE'S corujas) não nos cansamos de parabenizá-los e demonstrar-lhes o seu valor!!!
          Em relação às histórias, não posso deixar de citar que a sétima história, toda vez que a leio me remete à mesma emoção da 1ª vez em que a li, quase no término da leitura minha voz embargou e tive que respirar fundo pra continuar, é uma história que emociona muito mesmo e tão rica de detalhes que nos remete àquele ambiente familiar e prazeroso!!! Pude perceber a emoção nos alunos também. Solicitei a eles já fossem pensando nesses objetos, fotos e histórias que marcaram suas vidas.
              Seguem os textos supracitados:
Instituto Museu da Pessoa
Objetos de status, objetos biográficos
Ana Carolina Carvalho
De quais objetos nos cercamos? Esta é uma pergunta simples. Os seres humanos precisam de muitos objetos em seu cotidiano, nossas casas são povoadas por eles. A sociedade de consumo favorece a produção e aquisição constante de objetos que são, na maioria das vezes, descartáveis e passageiros. A moda nos acena sempre com novos objetos: um modelo de celular último tipo, uma calça com um corte diferente, um carro com formas mais arredondadas do que seu modelo anterior. Já repararam nisso? Muitas vezes, o consumo é tão impositivo, que chegamos a condicionar nossa satisfação na medida em que conseguimos obter estes objetos, ainda que esta satisfação seja momentânea. Esses objetos podem ser definidos como objetos de status, justamente porque, ao possuí-los, temos a sensação de ter alcançado uma certa posição, um determinado status. Por mais valiosos que sejam os objetos de status, eles são, normalmente, passageiros em nossas vidas. Não envelhecem conosco. Apenas deterioram, saem de moda, ficam obsoletos. E logo, temos a necessidade de substituí-los.
No entanto, nós não nos cercamos apenas destes objetos de status. Nesta etapa mais recente do projeto, alunos e professores têm contado a história de um objeto significativo em suas vidas. E é curioso notarmos que, muitas vezes, estes objetos significativos não possuem muito valor material. Não obstante, estão cercados de um valor sentimental. Que objetos são esses? Como exemplos, podemos lembrar de alguns citados nos depoimentos: uma tesourinha de unha dada pela avó, no momento de despedida; um bichinho de pelúcia dado num natal, por uma tia especial; uma caixa de bombons guardada com carinho como lembrança do presente de um namorado; uma bolsinha de verniz utilizada para os passeios aos domingos na juventude; o primeiro livro dado por uma professora especial, a taça de cristal comprada semanalmente e com muito esforço pela mãe. Objetos que lembram um importante episódio da vida, que nos remetem aos nossos afetos e que nos ajudam a contar a nossa história, a construir nossa identidade.
Esses objetos são chamados de biográficos. Segundo Ecléa Bosi, professora de psicologia social e estudiosa da história oral, “são estes os objetos que Violette Morin chama de objetos biográficos, pois envelhecem com o possuidor  se incorporam à sua vida: o relógio da família, o álbum de fotografias, a medalha do esportista, a máscara do etnólogo, o mapa-múndi do viajante... Cada um desses objetos representa uma experiência vivida, uma aventura afetiva do morador”.[1]
 Por trazerem um pedaço de nossa história, os objetos biográficos são insubstituíveis: não é qualquer bicho de pelúcia que ocupa seu lugar, qualquer tesourinha, qualquer taça de cristal, e sim aqueles objetos específicos: o bichinho de pelúcia já meio desbotado, a tesourinha enferrujada, a taça de cristal remanescente de um jogo completo, ainda que ela possa estar lascada. As marcas nos objetos trazem também a história, nos dando uma sensação de continuidade, justamente porque nos acompanham há tanto tempo. E é exatamente por estarem cercados de afeto, que não conseguimos nos desfazer deles. São esses os objetos que guardamos para nossos filhos, que tomamos todo o cuidado para não perder, desejando que permaneçam em nossas vidas, porque falam diretamente a nossa alma e sobre nossas raízes.
[1] Bosi, Ecléa. O tempo vivo da memória – ensaios de psicologia social. São Paulo, Ateliê Editorial, 2003.
         Foi muito proveitosa e rica a nossa reunião e só faltou passar o vídeo que comentei com eles que assistimos no curso do círculo de história dos jovens surdos, mas fiquei de por o link aqui para que eles conhecessem, é o seguinte: (http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=DBpojtfTE_8).
         Aproveito também para já deixar publicado o texto que será lido no próximo encontro, para que já tomem conhecimento.

Instituto Museu da Pessoa
Roda de Histórias
           
     Organize o grupo em um círculo, num local em que todos se sintam acolhidos e à vontade. Até 20 pessoas podem participar de uma roda ou corre-se o risco de tornar a atividade enfadonha. Se o grupo for maior, pode-se realizar a roda em mais vezes.
     Cada participante deve escolher um episódio de sua vida para compartilhar com o grupo. Enfatize que qualquer tema tem relevância, desde que tenha um significado importante para a pessoa naquele momento. Todas as histórias trazem conteúdos profundos, quando têm emoção e sentido para nós.
Antes de começar, faça alguns combinados com o grupo:
1. Lembrar que cada um tem seu jeito de contar uma história e valorizar a espontaneidade.
2. Todos devem ter a oportunidade de falar e ouvir a história de cada um dos participantes. Assim, é importante que todos tenham consciência de que não podem ocupar todo o tempo da roda com sua história.
3. É importante não interromper uma pessoa. Quando essa pessoa inicia sua fala, deve dizer: “Sou Fulano e vou falar”. Quando termina, deve dizer: “Sou Fulano e falei”. Os demais devem esperar que ela conclua sua história.
4. Os fatos das histórias não devem ser discutidos e nem julgados pelo grupo.
5. Não vale atender telefone, levantar, escrever e conversar durante a roda de histórias. A atenção ao momento e aos outros é o que faz a roda acontecer.
Registro da roda de histórias
Para que as histórias compartilhadas na roda sejam incorporadas ao acervo do projeto, elas devem ser registradas:
     Cada pessoa colocará no papel a história que contou, escrevendo ou desenhando o que quer deixar registrado;
     Além desse registro, o grupo também pode registrar em áudio ou vídeo. Nesse caso o equipamento com microfone deve ser posicionado de maneira que a voz de todos os participantes seja captada igualmente.
     O local da roda de histórias deve ser relativamente reservado, com o mínimo de ruído possível e sem interferências externas que possam prejudicar a atenção.
     Depois, é só passar o áudio para o computador e salvá-lo em um CD.
      Estavam presentes nesse encontro os seguintes alunos: Camila 8ªA, Nicolie e Karen (7ªB), Edson (7ªA), Nathalli e Noemi (6ªC), no centro da foto POIE Luciana. A foto foi tirada pela JOVEM TEC Roseli da Silva Barbosa, que assistiu ao encontro e colaborou conosco (o nosso agradecimento a ela).
Camila (8ªB), Nicolie e Karen (7ªB), POIE Luciana,  Edson (7ªA), Nathalli e Noemi (6ªC)
        Temos dez alunos participantes do projeto “Metrópole Digital” (mixagem de imagens e áudio) e foi esse o grupo que escolhi pra atuar nesse momento, pois ambos os projetos tem como base a (RE)mixagem (imagens, áudio, histórias e memórias) e podem se fundir agora. “Remix de memórias”, um curso maravilhoso, mas que está ocorrendo num período muito curto de tempo para sua realização com os alunos.
           Desejando que o grupo todo estivesse junto, marquei o nosso 1º encontro para essa 6ª feira (14/10/2011) das 12:15 às 13:30 e já solicitei à coordenação que o próximo encontro eu possa reuni-los na 4ª feira (19/10/2011) no mesmo horário. Não foi possível a presença de todos, mas participarão. Receberão as instruções necessárias e estarão conosco no nosso próximo encontro que ratifico, ocorrerá na próxima 4ª feira. Foi solicitado aos alunos que expliquem o projeto aos responsáveis, façam uma roda de conversa em casa e registrem  uma das histórias (escrita,  gravada ou filmada) da pessoa que se sentir mais à vontade para contar ou escrever um relato marcante em sua vida que possa ser compartilhado e constar do nosso "acervo escolar", Portal SME/"Remix de memórias" e "Museu da pessoa".
        Deixo aqui transcrito trecho da avaliação que fiz referente ao 1º encontro que tivemos e que comentei com os alunos para que se atentem a este fato. Segue a transcrição: 
      "(...)quando o curso encerrou e fui conversar com o pessoal do Museu da Pessoa, comentei com eles algo que só não falei pra todos devido o avançar da hora, pois é, deixo aqui registrado estávamos tão envolvidos com as histórias que passamos da hora e ninguém saiu antes do encerramento, mas voltando, comentei que não devemos ficar adiando o que pretendemos fazer, pois pode não dar tempo, e aconteceu, eu me encantava ouvindo as histórias que minha vó contava sobre as suas memórias e eu sempre dizia que ia levar um gravadorzinho, pra deixar registrado e passar de geração em geração, sempre tive essa vontade desde adolescente, ficava extasiada com seus olhinhos brilhando ao me contar as histórias de sua vida, enfim, ela deixou o plano físico há três anos e eu perdi a riqueza dos detalhes da sua narrativa e a LILI do museu da pessoa me emocionou ao falar: “é o jeitinho dela contar!!!”, pois é o jeitinho dela contar ficará só na minha memória, pois eu poderia até recontar as histórias que ouvi, mas “o jeitinho dela”, relatei isso quando contei a minha história já “pegando o gancho” das outras (remixando) na página para a publicação. Quero deixar aqui nessa avaliação o registro de que essa fala da LILI e o jeitinho como ela me falou, já é parte da minha memória. Ficou pra mim a lição de não perder mais o “esse jeitinho” de contar de quem eu queira repassar de geração em geração, afinal agora as TIC’S estão cada vez mais acessíveis!(...)"
         É isso, uma lição que não me esquecerei, procurarei colocá-la em prática e transmiti-la por toda a minha vida!!! 
         A reunião transcorreu num clima muito agradável e fiquei muito feliz ao conseguir transmitir-lhes o meu entusiasmo com este projeto que nos aproxima ainda mais ao conhecermos uma pequena parte de suas histórias de vida!!!
        Aguardem o próximo capítulo, sei que será fabuloso!!!
      Carinhosamente, POIE Luciana/EMEF. “Madre Joana Angélica de Jesus/DRE-G.

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