quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A memória compartilhada da profª Antonia (OSL)

      A profª Antonia não só autorizou a publicação da sua história que ela me enviou por e-mail, após uma conversa que tivemos sobre o projeto REMIX DE MEMÓRIAS, na qual ela comentou que lembrou-se de uma história da nossa escola, mas que não era uma história muito feliz e que depois ela me contava, pois estava pra dar o sinal da 1ª aula, então lhe falei que fazia questão de saber e pra não "deixar esfriar" o encantamento daquele "dedinho de prosa", pedi-lhe que me enviasse por e-mail  o quanto antes e foi o que ela fez, me enviou no dia seguinte, ao abrir meu e-mail (a tarde, vi que ela me enviou logo cedo) fiquei muito feliz e como uma história puxa outra ao ler o seu relato, lembrei-me também de uma situação que me provocou a mesma sensação. 
      Dessa nossa conversa virtual surgiu até a ideia de resgatarmos esse baú de histórias dos professores, vamos esquematizar para o próximo ano (professoras da sala de leitura e informática), uma vez que já fazemos o trabalho conjunto no projeto "Memórias compartilhadas" que a POIE Marilli teve o maravilhoso insigth de resgatá-lo pelo excelente resultado que foi o "Nossa Escola tem História" no ano de 2008 (projeto idealizado pela SME para ser trabalhado no laboratório de informática) e que as POIE'S (Marilli e Sueli na época) desenvolveram brilhantemente, contando com uma equipe fantástica de alunos monitores que elas carinhosamente chamaram (ainda bem que criaram o BLOG naquele ano, pois busquei na fonte e na sequência segue o link da página pra quem quiser aumentar a saudade, pois "saudade não se mata"!!! E para comprovar ainda mais o talento dessa turma que foram também meus alunos de matemática naquele ano, mostrando toda a destreza dessa equipe que elas não se cansaram e não se cansam de elogiar, bem como eu também, faço minhas as palavras delas): 

"Nossos HERÓIS e FIÉIS ESCOTEIROS!!!
Essa galera é D+..." 

Quer ir direto pra lá? Abaixo segue o link:
      A cada instante vemos o quanto é FORTE o poder das histórias e o tempo todo fazemos conexões, como há pouco na saudade dos "HERÓIS e FIÉIS ESCOTEIROS", bem como na ponte que levou à autorização da publicação da história da profª Antonia.
Como sou detalhista faço questão de contar como foi:
      - A Marilli que tirou a  foto da foto que a Antonia trouxera pra eu ver (naquela época não tinha máquina digital e não faz tanto tempo assim, pois somos todas da mesma época "as três" e que bom que a vida permitiu o nosso encontro nessa escola) me disse que ela (a Antonia) ia trabalhar essa história no nosso projeto "Memórias compartilhadas", então comentei sobre a nossa conversa e o e-mail, acredito que nossos desabafos fizeram-na perceber o quanto sua história apesar de triste era rica e que houve um lado lindo nela também (a dualidade de tudo!). Saibam que a princípio a profª Marilli fora à sala de leitura para fotografar e se inteirar sobre outra atividade MA-RA-VI-LHO-SA que será iniciada pela profª Antonia com os alunos das 7ªs e 8ªD, e que meu par avançado no "LIE", já publicou lindamente aqui no BLOG da nossa escola, o trabalho sobre Oscar Wilde (pra saber mais, basta ler a publicação anterior). Por que friso que fiz questão de detalhar?! Pois TUDO ISSO só reforça que MEMÓRIAS COMPARTILHADAS levam à REMIX DE MEMÓRIAS e o quanto é precioso a COMUNICAÇÃO!!! 
      Mas agora vamos à foto e aos e-mails, pois aproveito esse espaço pra "fundir os projetos" porque na verdade um nos remete ao outro!!! Vamos lá:
Maior riqueza que temos e a única que levamos desta vida é o conhecimento!!!
ORIGEM: "O e-mail", na íntegra:
Enviadas: Terça-feira, 1 de Novembro de 2011 8:17
Assunto: Formatura no prezinho
      Lú, quando eu tinha seis aninhos e me formei no pré, aí mesmo no Madre, (antigamente tinha essas coisas), houve uma cerimônia para esse ritual de passagem. Na frente da turma,  a professora colocou os alunos que tinham o uniforme completo (incluindo o conguinha), pq ficava mais bonito para a foto se todos estivessem iguais. Eu não tinha o conguinha e estava com um sapatinho branco muito surrado, então fiquei escondida lá atrás, para não estragar a foto, mesmo sendo a melhor aluna da sala, segundo a própria professora (os meus desenhos iam sempre para a diretoria - costume da época). Imagine a minha decepção e tristeza, pois criança sente as coisas e eu não era burra, entendi perfeitamente o que estava acontecendo. Ao final da cerimônia, foram chamados ao palanque os melhores alunos de cada classe e eu fui até lá para receber o meu prêmio, o livro "O patinho feio", recebi muito orgulhosa de mim mesma, mas com a triste lição do preconceito dentro de mim. Tenho essa foto, vou procurar e outro dia levo pra ti. Bjos, Antonia.
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Enviadas: Terça-feira, 1 de Novembro de 2011 15:49
Assunto: Antª que história triste, mas linda e me fez lembrar uma minha, valeu!!! {@_@}

      Caramba Antônia, realmente como essas coisas marcam. E não é tão antigamente assim, pois também passei por esse ritual no pré, viu?! (risos). Eu estudei da 1ª a 8ª série no Sesi em Ferraz e tenho ótimas lembranças de lá, mas tem uma, que me machucou também pelo preconceito como você bem citou e tenho muito cuidado com isso, pois sei o quanto fere, lembra quando as letras das séries (as turmas) correspondiam ao aprendizado?! Os alunos da 1ª série A (ótimo), B (bom), C (razoável) - costume da época (risos), mas quando havia muitas turmas, os professores separavam "as fileiras" de cada turma, classificando-as também dessa forma, eu estava na 3ª série A e a professora falou pra minha mãe que eu era uma gracinha, mas não acompanhava, eu estudava muito em casa, mas com a minha mania de perfeição eu demorava muito pra copiar na escola e ficava sempre por último (ela queria apagar a 1ª parte da lousa e eu ainda estava lá), então me remanejou pra 3ª C, pois ela já havia remanejado nas fileiras, mas,... já viu?! Ainda assim fiquei triste de ter que mudar de professora, pois embora ela fosse muito rígida eu gostava dela (ou talvez, eu gostasse mesmo era de estar na letra "A"), não sei bem, se porque fora acostumada às cobranças e rigidez de meu pai.
      Enfim, no final a mudança foi boa, pois continuei com a minha lerdeza, mas me senti mais segura com a nova professora que não fazia essa separação. Sei que tudo isso é fruto e reprodução do que elas também viveram, mas deixam marcas nas crianças e por sorte no nosso caso não nos desmotivou, pelo contrário, acredito que incentivou ainda mais a buscar nos tornarmos melhores, lutar, vencer e procurar não reproduzir o mesmo. Amei que você tenha compartilhado esse pedacinho da sua história comigo e como uma história puxa outra, você me fez resgatar a minha. Gostaria muito de ver essa foto sim, procura quando você tiver um tempinho. Posso compartilhar essa história no projeto com os alunos e nos ambientes virtuais?! Pois a conexão que fiz com sua história é o objetivo do projeto REMIX de MEMÓRIAS que são as interconexões através das lembranças que fazemos entre as histórias de cada um com as nossas. 
      Muito grata por reavivar a minha memória pra esse pedacinho da minha história que na época causou dor, e embora você tenha comentado comigo que ia falar sobre algo triste, eu fiz questão de saber assim mesmo, pois tudo o que faz parte das nossas memórias (doces ou amargas), são os pilares que nos tornaram o que somos hoje e você é DEZ!!! 
Super abraços e beijinhos, LU.
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Para: Luciana M Pedrosa
Enviadas: Terça-feira, 1 de Novembro de 2011 16:26
Assunto: Re: Antª que história triste, mas linda e me fez lembrar uma minha, valeu!!! {@_@}
      Lu procurei a foto que me faz chorar, e trouxe o álbum inteiro porque está grudada!.Acho que as pessoas de nossa geração tem histórias lindas pra contar, o mundo era tão diferente!!! Bjos, Antonia.
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      CONCORDO PLENAMENTE, queria começar este projeto este ano com os professores, mas como o curso começou no final de agosto e já estávamos com mil coisas engatilhadas, achei melhor começar com os alunos monitores, depois farei com os pais deles também, já até pedi que enviassem as histórias que pudessem ser compartilhadas e publicadas. Como as histórias tem força!!! Pois através da história da Noemi (6ªC) resgatei uma minha que te fez lembrar de uma sua e me linkou a outra minha. Estou amando este projeto, embora trabalhoso, pois além dos link's tem que fazer a devolutiva aos alunos e você já viu como escrevo pouco, "né"?! (risos). Aliás a história dela me trouxe vários link's. Vou te enviar o e-mail pra você ver um dos resultados. Super abraços e beijinhos, LU.
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      É muito bom ter a oportunidade de compartilhar com todos a IMENSA satisfação em poder trabalhar junto com professoras tão compromissadas (quanto essa rica parceria mais direta entre OSL'S e POIE'S), com garra, disposição, cheias de ideias e sugestões, mas que abraçam também as boas que lhes chegam, isso nos enriquece enquanto profissionais, mas principalmente enquanto seres humanos!!! 
      Sempre digo isso à Marilli e já até publiquei e publico sempre que tenho oportunidade, agora farei o mesmo contigo, sou sua fã de carteirinha Antonia e tanto que agora vou transmitir-lhe através da legenda da foto, pedindo licença ao que sua professora lhe disse ali naquele instante mágico, o que eu lhe diria:
Parabéns minha linda, de uma aluna BRILHANTE à uma professora FANTÁSTICA que certamente você será!!!
     É muito bom quando profetizamos algo e vemos isto acontecer, isto me lembra outras histórias, mas por hora fico por aqui, só frisando que deixo registrado mais uma vez nesse espaço público, a minha admiração a você e à nossa mais recente mamãe (professora Sandra) que fazem um lindo trabalho e embelezaram ainda mais a sala de leitura! Sempre comentamos, tanto eu quanto a Marilli (meu par avançado) a nossa admiração por vocês, e é tão intensa, que já demonstramos isso publicamente através do nosso BLOG, mas ainda não tanto quanto gostaríamos e que vocês MERECEM, pois é incomensurável!!! 
      Mais do que um orgulho é uma honra pra mim fazer parte dessa parceria e desse quarteto sempre que possível!!!
  POIE Luciana/EMEF. "Madre Joana Angélica de Jesus"/DRE-G. 

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